sábado, 11 de abril de 2015

A importância da formação e a figura do RRH

Estive a ler o artigo da revista Formar, “Uma Prospectiva da Gestão de Recursos Humanos e da Formação” do autor Mário Ceitil, que retrata a necessidade da Função Recursos Humanos numa organização deixar de ser apenas uma relação no binómio pessoa-organização e transformar-se numa cultura de «Capital Humano».
Num mundo globalizado e numa sociedade do conhecimento, é fundamental, que as organizações implementem estratégias de gestão pro-ativas. Assim, também a formação deve estar alinhada com os objetivos da organização, assente em estratégias concertadas dos Recursos Humanos para que daí resulte: um aumento da qualidade e quantidade da produtividade do trabalho, implementação de atitudes positivas de desenvolvimento pessoal dos trabalhadores e essencialmente, para ajudar a organização a responder às condições dinâmicas do mercado.
Outrora os cursos de formação eram vistos pelas organizações como um custo e sem retorno. Hoje existe investimento em cursos de formação, pois necessitam de recursos humanos que estejam muito bem preparados para enfrentar quaisquer tipo de desafios que possam surgir no contexto da sua atividade profissional.
O papel do Responsável de Recursos Humanos – RRH - assume particular importância como agente catalisador e de mudança nas organizações. O foco no desenvolvimento do Capital Humano é objetivo estratégico e prioritário. Existirem recursos humanos competentes e capazes de enfrentar qualquer desafio ou mudança organizacional permite a uma organização ser detentora de um elevado grau de resiliência.
Assim, deverá o RRH participar na Estratégia Organizacional, ou seja, deverá defender a importância da existência de profissionais cada vez mais qualificados e que geram valor à organização. Para tal, o RRH deverá dominar as técnicas, metodologias e processos da gestão de Recursos Humanos.
É também missão do RRH ser o agente de mudança. Uma organização que decide implementar uma nova cultura organizacional, tem como resultado imediato a resistência à mudança. Esta é só por si, a principal ameaça ao sucesso de uma organização. Cabe ao RRH ter também aqui um papel ativo no desenvolvimento de estratégias de combate a essa resistência.
                Deixando o nível estratégico e passando a um nível mais operacional, o RRH deverá desenhar e promover a implementação de processos que permitam concretizar as políticas de RH, nomeadamente, recrutamento, seleção, acolhimento, coordenação, desenvolvimento, avaliação e reconhecimento de colaboradores.
                Por último, mas não menos importante, o RRH deve ser o Exemplo para todos os colaboradores. O RRH deverá ser detentor de competências de liderança, assertividade, inteligência emocional e negociação e de resolução de conflitos. Deverá igualmente seguir uma linha de conduta assente na integridade de carácter e justiça nas decisões.
                Ao nível global, a formação é assumida como um dos instrumentos de combate ao desemprego e exclusão social. Por outro lado, a inovação tecnológica exige de forma acelerada RH cada vez mais qualificados. As ofertas de emprego são agora mais selectivas e exigentes, ficando disponíveis apenas para pessoas que já possuem um capital de competências adquiridas e uma capacidade de rápida aprendizagem e adaptação às exigências impostas. Por sinal, estas pessoas são as que já se encontram ativas no mercado trabalho, provocando perdas de capacidade de fixação destas às organizações onde trabalham. De facto, uma organização que não aposta na formação, desenvolvimento e motivação dos seus RH, arrisca-se a perdê-los e a progressivamente hipotecar o futuro da organização. Cidadãos a título individual devem também apostar em mecanismos de auto-aprendizagem ou outras ferramentas de valorização pessoal flexíveis às suas rotinas, tais como os sistemas e-learning, potenciando as oportunidades de empregabilidade. O envolvimento do sistema dinâmico das entidades Escolas-Empresas-Famílias-Comunidade  são fundamentais na definição de uma Política Nacional de Formação.

Focalizando esta temática nas Entidades de Economia Social, a figura do RRH é mais uma das funções acumuladas no Diretor Técnico da Instituição. Ainda existe um longo caminho a percorrer, muito embora com a implementação dos Sistemas de Gestão da Qualidade já algumas metodologias de gestão de recursos humanos começam a emergir. No que diz respeito ao investimento em formação, são Entidades fortemente dependentes do financiamento da mesma através de apoios comunitários, não constituindo a Formação, na sua maioria, como um pilar estratégico. De realçar que estas Entidades dependem da qualificação dos seus recursos humanos para a prestação de serviços com Qualidade, atendendo a que trabalham com pessoas para pessoas.

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